Conforto alucinante, tranquilidade na clareira do caos
O ponteiro, ele rodou mais rápido no mesmo relógio de ontem
O que as horas guardam nos espaços do contra-tempo?
E o desejo, o desejo
O desejo meigo
O desejo é um tempo parado
É quando se trocam as datas dos bichos e das flores
É quando aumenta a rachadura da velha parede
É quando se vira a folha, a folha da história
É quando se pinta um fio branco na cabeleira preta
É quando se endurece o rastro de sorriso
No canto dos olhos
Eu sei que a viagem é longa
A voz vai e vem
Você tá aí?
Você tá aí?
Ei, você está aí?
Vontade de abraçar o infinito... *
Mira os olhos azuis que te acompanham, e que te dizem a cada minuto da vida “- coragem”.
Os olhos que outrora te ajudaram a chorar mesmo de alegria, vida cadência de lágrimas que te acompanham – a se pensar como uma pessoa das águas, que, como tal, não foge de seu destino. Destino meandro, nada determinado, apenas algumas pistas neste solo tão árido, por vezes – a vida.
Mas tem horas que brandura acalma, a paz ou coisa parecida, e no movimento de lentidão o coração pequeno bate descompassado quando pisca um olho, dizem que a isto chamam paixão, não sei, mas a cor é de um vermelho que quase cega de tanto que vibra, e que com o tempo toma todas as cores por emprestado.
Tem também daqueles vermelhoscoloridos que a gente alimenta todos os dias sem sossego, mesmo que tomado de uma atitude sem desespero… Essas coisas bonitas de se apaixonar pela mesma pessoa diariamente, em cada surpresa da vida e do desconhecimento do outro.
Mira estes olhos azuis, doces que nem nuvem de algodão, dizendo calmamente “- abre o peito”.
Eis o desejo, em pena, pele. Suspende o desejo no tempo do agora. E agora, e agora, e agora. Para que a vida se alimente de infinito, em cada canto dos olhos azuis destes livramentos… descortinando e tecendo a trama...
*Da música “meu mundo”, na obra “certa manhã acordei de sonos intranquilos”, do futuro amigo Otto. Trecho chamado, entoado, declamado e soprado por Lirinha, um dos ex cordéis que buscam permanecer encantados.
Acho que vi(vi) isso, não sei se "pela pele", saudades, ou "pelos olhos".
ResponderExcluirAqui tem algo meio frio no tempo, mas é brando o que toca a vontade de passear, pelas bandas dos longes, aí, juntinho de ti.
Gracias, não por edcuação, mas pelo gosto em te ter assim: carinho fundo em mim.
um abraço na nascente das tuas asas
com carinho
Dani